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Na indústria farmacêutica, ele chega cercado de expectativa e pressão. Anos de pesquisa e desenvolvimento, milhões investidos em marketing e um enorme esforço regulatório culminam em sua criação.  

No entanto, para a equipe de planejamento, ele é um “SKU Fantasma”: um produto novo, sem nenhum dado histórico, que precisa ter sua demanda prevista com a máxima precisão possível. 

Planejar o lançamento de um novo medicamento ou equipamento médico é um dos maiores desafios do supply chain.  

A incerteza é gigantesca, mas a exigência por acuracidade é absoluta. Errar a previsão não é apenas um problema de planilha; é um risco financeiro e estratégico que pode definir o sucesso ou o fracasso do produto no mercado. 

E o que fazer diante desse cenário? É o que quero abordar nos tópicos abaixo!  

Por que o risco é maior no setor farma?

O lançamento de um produto na indústria farmacêutica é uma operação de altíssimo risco, potencializada por uma combinação única de fatores.  

A “fase de entrada” de novos produtos é uma dor conhecida, sendo onde se concentram os maiores índices de erro e variabilidade no planejamento.  

  • Necessidade de encher o canal (Sell-in): Desde o primeiro dia, o produto precisa estar disponível em uma complexa e capilar rede de distribuidores e Centros de Distribuição (CDs) para atender à demanda inicial gerada pelo marketing.
     
  • Altos investimentos e longos lead times: Além dos custos de P&D e marketing, a cadeia de suprimentos farmacêutica lida com longos prazos de importação de Ingredientes Farmacêuticos Ativos (APIs), tornando a correção de rota lenta e cara.
     
  • Complexidade regulatória e de validade: A gestão de produtos com validade estrita e sob forte regulamentação aumenta a pressão por um giro de estoque eficiente.
     
  • O Ccusto do erro: Um planejamento falho pode levar a dois extremos perigosos: backorder (pedidos em atraso por falta de produto), que frustra médicos e pacientes, ou write-off (descarte), quando o excesso de estoque vence.  

O risco não é teórico. Nossa pesquisa de benchmarking na indústria brasileira revelou que o setor farmacêutico já lida com a maior perda média anual por descarte:  

R$ 6,3 milhões 

Em um lançamento mal planejado, esse número pode explodir. 

Os limites dos métodos tradicionais para prever demanda

Diante do “SKU Fantasma”, como as empresas tradicionalmente tentam prever o futuro? A abordagem mais comum ainda depende de uma combinação de: 

  • Planilhas e dados históricos: Usadas por 91% das indústrias, as planilhas são a ferramenta predominante, mas são limitadas para modelagens estatísticas avançadas.
     
  • Produtos “similares”: A previsão é baseada em dados de um produto supostamente parecido, mas a escolha desse “análogo” é frequentemente subjetiva e baseada mais na experiência do que em uma análise criteriosa de atributos.
     
  • Feeling de marketing e vendas: A previsão acaba dependendo fortemente de inputs das áreas comerciais, que, embora importantes, podem carregar vieses otimistas e não refletir a realidade do mercado. 

Essa abordagem se assemelha a consultar uma “bola de cristal”. Ela é reativa, imprecisa e incapaz de se adaptar rapidamente às primeiras respostas do mercado, deixando a empresa vulnerável a erros custosos. 

Quer acessar dados de benchmark da indústria farmacêutica? Acesse nosso relatório com o panorama das indústrias 2025.  

bench mark industria farmaceutica

Trazendo a ciência para o lançamento do “SKU Fantasma” 

A boa notícia é que a ciência de dados oferece uma alternativa robusta à bola de cristal. Plataformas de planejamento que utilizam Inteligência Artificial (IA) são projetadas para lidar com a incerteza de um lançamento, transformando o “SKU Fantasma” em um desafio calculável.  

A abordagem da IA se baseia em três pilares: 

  1. Identificação inteligente de produtos análogos: Em vez de uma escolha subjetiva, a IA analisa dezenas de atributos (classe terapêutica, via de administração, público-alvo, preço etc.) para identificar produtos com comportamento de demanda verdadeiramente similar, criando uma base de projeção muito mais confiável.
     
  1. Incorporação de drivers de demanda: Modelos de IA podem incorporar e quantificar o impacto de variáveis externas, como investimentos em marketing, sazonalidade de doenças, ações de concorrentes e dados demográficos, gerando uma previsão muito mais rica e contextualizada.
     
  1. Aprendizado contínuo e rápida adaptação: Talvez a maior vantagem seja a capacidade de aprender. Assim que os primeiros dados de venda (sell-out) se tornam disponíveis, a IA os utiliza para recalibrar e ajustar a curva de demanda projetada, permitindo que a empresa corrija a rota de produção e estoque de forma ágil e precisa. 

Abandone a bola de cristal, adote a ciência de dados 

Nenhum método pode prever o futuro com 100% de certeza, especialmente no volátil mercado farmacêutico.  

No entanto, a ciência de dados pode substituir a “bola de cristal” por um planejamento de cenários robusto e com riscos calculados.  

A implementação de um processo de S&OP bem estruturado, apoiado por tecnologia de ponta, é o que separa um lançamento de sucesso de um prejuízo milionário. 

A questão final para todo líder de supply chain é:  

Seu processo de S&OP está preparado para o próximo grande lançamento da sua empresa? 

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